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O território onde a freguesia se desenvolve apresenta uma ocupação humana desde os tempos do Paleolítico. Dos velhos tempos da Reconquista herdou esta zona o nome genérico de Alvalade. Tratava-se, como a palavra árabe o indica, de um campo protegido, ocupando toda a região que hoje vai do Arco do Cego até às Linhas de Torres. Aí se deu, em 1323, o encontro de soldados, que não chegou a ser batalha, e opôs D. Dinis à tentativa revolucionária de seu filho Afonso (IV) que, com ciúmes do irmão, pretendia destronar o pai. Da intervenção apaziguadora de D. Isabel, a Rainha Santa, reza uma inscrição hoje embutida no muro da Rua do Arco do Cego. Foi também nos Campos de Alvalade que o rei D. João de Castela armou tenda, em 1384, quando pôs cerco a Lisboa. Aqui descansou D. João III, em 1551, após a trasladação de seu pai, D. Manuel I, e D. Sebastião passou revista às suas tropas antes da partida para Alcácer – Quibir, em 1578. Foi também aqui que, em 1580, por “ser fora da cidade e Togar desimpedido”, na sua igreja, ou ainda ermida, dedicada aos Santos Reis Magos, se reuniu a Câmara, com seus vereadores e representantes da Casa dos 24, para se proceder à eleição de dois procuradores às Cortes que iriam reunir-se em Setúbal.
A partir de 1689 passaram a funcionar no Campo Grande fábricas de cerveja, seda, lapidação de diamantes, cerâmica, cordas, lanifícios e outras. Foi muito falado o Campo Grande, em 1693, por aqui se fazer a recepção da chegada de D. Catarina, princesa de Portugal e rainha viúva de Inglaterra. No início do século XVIII foi aqui construído um convento de religiosos franciscanos, tendo junto um hospital. onde os frades de S. Caetano também se tratavam. Quando do terramoto de 1755, a maioria das casas e solares nobres ruíram. Em 1788, Pina Manique, o Intendente, manda fazer o projecto do Passeio Público do Campo Grande.
Alvalade-o-Grande manteve a sua característica de “Campo” e é hoje uma das mais interessantes alamedas de Lisboa. Já fora de portas, incluído na periferia do Lumiar até ao século XVII e no Concelho de Loures até há
pouco mais de cem anos, o Campo Grande, local de treino militar no século XVI, viu nascer à sua volta retiros e solares onde os lisboetas procuravam encher horas de folga ou noites de paródia, com fados, petiscos, esperas de touros ou saraus. Dos retiros resta o Quebra-Bilhas e uma certa tradição gastronómica que a Cidade Universitária não deixou morrer. Dos solares ficaram alguns, sendo o Palácio Pimenta (Museu da Cidade) aquele que melhor mostra os seus actuais pátios e interiores.
O aspecto actual do Campo Grande (Keil do Amaral, 1950), com os seus lagos e as palmeiras, não difere muito do imaginado pelo Conde de Linhares há duzentos anos. A ideia de se fazer do Campo Grande uma alameda remonta aos finais do século XVII. Mas só em 1801 é que o Príncipe Regente D. João (VI) deu ordens para reformular a área que vinha sendo utilizada pela célebre feira de gado, de ourivesaria, panos e quinquilharia, que todos os Outubros se realizava junto da Igreja dos Santos Reis Magos. Num dos topos do Campo Grande encontra-se o monumento aos Mortos da Guerra Peninsular, recordando a ligação que aquele espaço teve com a presença das tropas napoleónicas em Portugal. No outro topo encontrava-se a estátua do Presidente Carmona que após 0 25 de Abril de 1974 foi retirada e depois recuperada e instalada no Museu da Cidade, sendo demolido o monumento que a enquadrava libertando a alameda das palmeiras, e tendo sido colocadas lateralmente as estátuas dos reis D.Afonso Henriques e D. João I que se encontravam no átrio dos Paços do Conselho, e que tinham sido retirados após o incêndio de 1998.
O Campo Grande dos nossos dias, teve e continua a ter importantes modificações, resultantes do surto de desenvolvimento dos tempos modernos.
Embora ainda mantendo uma certa mística (que nos leva a sonhar com aspectos do passado histórico), é hoje diferente quer no urbanismo, quer na população.
É uma das principais portas da Cidade com uma intensa rede viária, que como um rio, visita e desagua em bairros, ruas, escolas, jardins, em direcção ao Centro de Lisboa.
O ex-libris da Freguesia continua a ser o seu jardim monumental, um dos mais importantes da Capital.
Das cerca de 400 pessoas que aqui residiam em 1620 o censo de 1991 indica como residentes no Campo Grande 14.441 pessoas, 2.263 com menos de 15 anos e 2.453 com mais de 65 anos.
A população cresceu significativamente até à década 50, tendo a partir dessa época vindo a, diminuir, começando agora de novo a crescer com a ocupação de novos edifícios entretanto construídos.
Em Maio de 2000 o número de eleitores inscritos era de 11.209.
Residem na Freguesia pequenos grupos das etnias cigana, africana, indiana e timorense.
As condições de habitação na Freguesia ficarão totalmente normalizadas no ano 2000 com o realojamento de toda a população que ainda vive em barracas no Bairro das Murtas, já que o realojamento das famílias que viviam em habitações degradadas no Bairro da Quinta da Calçada foi realizado na década de 90.
Embora a generalidade da população pertença à classe média, verificaram-se até Maio de 2000, 332 pedidos para o Rendimento Mínimo Garantido, dos quais 202 foram deferidos.